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Notícia

Dia das Mães: como mães e filhas unem legado e gestão ao empreender juntas

De receitas familiares a paixões pessoais, maternidade inspira a criação de pequenos negócios; conheça histórias de empreendedorismo entre mães e filhos

Para Andréa Novaes, o empreendedorismo é algo que vai bem além do desejo por independência e autonomia. Proprietária da Casa Bene, marca de confeitaria de Belo Horizonte (MG), a empreendedora enxerga no negócio também uma maneira de perpetuar o legado de sua mãe, Maria Aparecida Mendes.

A criação do negócio veio em meio a uma demissão inesperada de um emprego de longa data na área de tecnologia, em 2020. Foi quando o empreendedorismo se tornou fonte de renda e união entre ela e o irmão Daniel.

Os dois começaram atuando no ramo alimentício, distribuindo brownies produzidos por um amigo em comum, mas logo perceberam a necessidade de pesquisar outras ideias, ainda no ramo dos doces, para desenvolver uma receita própria.

Com o incentivo de uma carteira considerável de clientes que iam de restaurantes a empórios e padarias, eles passaram a comercializar também o pudim: um doce autoral e inspirado em uma antiga receita de sua mãe que já fazia sucesso entre amigos e familiares.

“A receita é algo que sempre agradava todo mundo. Parecia uma ótima ideia transformar aquilo em algo exclusivamente nosso”, lembra Andrea.

A busca inicial foi por um diferencial capaz de destacar o negócio logo de cara. Para isso, os dois investiram, além da receita exclusiva, em um maquinário e formas específicas e importadas. Além disso, passaram a vender o pudim em uma embalagem exclusiva, o que facilitava o transporte via delivery.

Em meio “boom” do delivery, restaurantes e padarias viam na embalagem individual da Casa Bene uma maneira de facilitar vendas à distância, além de reduzir o desperdício – já que o pudim é o um produto que não tem reaproveitamento, e muitas vezes é descartado devido à forma como é exposto, por inteiro, nos pontos comerciais.

“Quando chegamos com essa embalagem individual e compactada, chamamos muito a atenção”, diz a empreendedora. “Foi um grande sucesso. Não era um produto que existia no cardápio das lojas para as quais vendíamos os brownies, e logo essa diferenciação nos ajudou e ajuda até hoje”, diz.

A participação da mãe, proprietária da receita de sucesso, aconteceu desde o início, auxiliando na adaptação da receita para produção em escala, conta a fundadora. “Ela me passou os detalhes da receita, os segredos e todos os detalhes, então foi um processo muito colaborativo”, conta Andréa.

“É algo que conhecemos desde a infância, então sabemos como agrada. Ela gostou da ideia, se sentiu lisonjeada. Esse é um legado que ela traz, e isso é muito importante para o negócio”.

Hoje, a matriarca participa dos detalhes da produção, além de dar apoio à fábrica, ao processo produtivo e ao atendimento ao cliente em loja pelo menos duas vezes por semana.

“Dentro das possibilidades dela, como mulher de 80 anos, ela nos ajuda e isso é muito importante para nós e para ela”, diz.

De acordo com Andréa, o legado da mãe vai além da receita: a participação e influência são vitais para o sucesso do negócio, e uma lição para famílias que empreendem juntas.

“Pela correria do dia a dia, ter essa interação semanal com ela é também uma vantagem. É um privilégio ouvir os ensinamentos, ter tempo com ela, mesmo em meio às rotinas corridas. Tudo se baseia na inspiração e respeito”, diz.

Atualmente, a Casa Bene atende cerca de 70 restaurantes, padarias, lanchonetes e empórios na capital mineira e grande Belo Horizonte, e pretende chegar a pelo menos 100 até o final do ano.

Dos laboratórios às confecções

Beth Fraga deixou de lado a carreira como professora para seguir uma paixão: a costura. Das peças moldadas na sala de casa e moldes de peças feitas à mão, ela profissionalizou, há mais de 30 anos, um negócio voltado à moda feminina na cidade de Canoas, no Rio Grande do Sul.

Depois de mais de 15 anos no mercado, uma dissolução da sociedade chacoalhou o negócio. Sem conhecimentos específicos de gestão, Beth buscou a ajuda de sua filha, Camila Fraga, para atualizar as diretrizes da confecção.

Camila Fraga, uma farmacêutica de formação, estava em meio a um mestrado e planejava ser professora universitária. Mas, após poucos meses ao lado da mãe, decidiu mudar de rota.

Junto de Beth, Camila repaginou o negócio, que ganhou nova cara e nome. “Sem cursos de moda ou gestão, ela aprendeu tudo por conta própria. Minha mãe sempre foi autodidata, aprendeu o passo a passo da produção, na prática, mas isso também precisava mudar”, conta Camila.

Encantada com o propósito do negócio, ela terminou o mestrado e nunca mais voltou aos laboratórios. “Concluir o mestrado foi importante para mim, porque era um sonho. Mas nunca mais pisei em um laboratório”, diz.

“O empreendedorismo, quando se tem alguém ao lado, se torna muito mais fácil, e isso me encantou em empreender na confecção” ,diz. “Ver a transformação de um material em lindos itens, em objeto de desejo, também me atraiu muito”, conta.

Desde então, mãe e filha atuam juntas, unindo experiência prática e visão estratégica. A Beth Confecções, marca de moda feminina, possui duas coleções por ano e atua por meio de representantes comerciais, revendendo peças a lojistas do Rio Grande do Sul e Paraná.

Durante a pandemia e também após as enchentes que afetaram o Rio Grande do Sul, em maio de 2022, a Beth Fraga Confecções precisou se reerguer. Uma das maneiras para isso esteve na adaptação do modelo de negócio, de pronta entrega para pedidos feitos exclusivamente sob encomenda.

Em família

Mesmo à frente da maior parte das decisões estratégicas da empresa, Camila ainda enxerga influência da mãe nos rumos do negócio, como as peças que compõem cada coleção, por exemplo, e também o processo de criação das peças. “É um processo de troca constante, uma troca ativa”, diz.

Além disso, a paixão que se mantém, mesmo após décadas, também é motivo de orgulho.

“Até hoje, as clientes se encantam com a qualidade dos produtos, mas principalmente com o jeito com a maneira apaixonada de apresentar as peças e conduzir o trabalho”, conta.

Para ela, o segredo para o empreendedorismo bem-sucedido entre mães e filhos está na boa relação, e na compreensão de que há um aprendizado constante de ambos os lados.

“Mesmo caindo de paraquedas, nunca houve entre nós aquilo de “deixa comigo eu que sei mais, e sei de tudo. Entender que sempre há o que aprender é essencial. Somos uma engrenagem. Uma precisa estar ciente da contribuição e papel da outra para que tudo funcione”, diz.